Não deixa de ser estranho o silêncio dos dois candidatos presidenciais, quase apetece dizer que há sempre duas vozes que se calam. Cavaco está mais silencioso do que noutras ocasiões, como sucedeu, por exemplo, com o processo Freeport. Manuel Alegre que fez uma pequena intervenção na fase inicial do processo, um pouco como descaro de consciência, está agora remetido a um silêncio ensurdecedor. Temos, portanto, dois candidatos presidenciais que perante uma situação de crise nada arriscam.

Cavaco é quem mais tem lucrado com o processo Face Oculta pois graças a ele conseguiu ocultar o comportamento duvidoso do Palácio de Belém. Limitou-se a intervir para atirar achas para a fogueira, omitindo todas as violações promovidas pelos conspiradores da Face Oculta, para chamar a atenção para a liberdade de expressão. Ao contrário do que sucedeu como processo Freeport, desta vez tudo tem feito para evitar que se lembrem dele, não vá alguém Cavaco talvez tenha conseguido uma vitória antecipada nas eleições presidenciais.

Se Cavaco nunca reparou nem ficou preocupado com as violações sistemáticas do segredo de justiça, Manuel Alegre veio a público levantar a questão, mas com a pontualidade do comboio espanhol. Quando o caso Freeport esteve ao rubro e ele andava amancebado com Louçã nunca ninguém o ouviu, agora que precisa do apoio activo do PS para que a sua candidatura não tenha uma votação digna da extrema-esquerda, lá fez o frete de vir em defesa da legalidade. Agora remeteu-se ao silêncio, Manuel Alegre é um candidato presidencial que só fala em jantares ou quando vai à pesca.

Publicada por Alegre Cavaqueira em sábado, 13 de fevereiro de 2010
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